A Meta, empresa responsável por redes sociais como Facebook e Instagram, está enfrentando uma onda de críticas após uma decisão controversa que afeta a moderação de conteúdo em suas plataformas. A empresa agora permite que os usuários classifiquem gays e pessoas trans como “doentes mentais” em postagens, comentários e outras interações, sob a justificativa de “respeitar a liberdade de expressão”.
A mudança foi revelada após denúncias de ativistas e organizações de direitos LGBTQIA+, que apontaram a permissão como um retrocesso e uma validação de discursos de ódio e desinformação.
Reação de ativistas e especialistas
Grupos de defesa dos direitos humanos criticaram duramente a medida, afirmando que a classificação é uma forma de estigmatização e desrespeito às conquistas da comunidade LGBTQIA+.
“Essa decisão não apenas perpetua o preconceito, mas também coloca a saúde mental e física de milhões de pessoas em risco, ao normalizar discursos discriminatórios,” afirmou um representante da Aliança Nacional LGBTQIA+.
Especialistas também alertaram para os impactos psicológicos dessa permissão, especialmente em um ambiente já conhecido por ser hostil à diversidade. Segundo eles, a medida pode aumentar casos de ansiedade, depressão e isolamento em indivíduos já vulneráveis.
Defesa da Meta
A Meta justificou a decisão como parte de uma abordagem para equilibrar a liberdade de expressão com as diretrizes de segurança. Segundo a empresa, permitir esse tipo de classificação está alinhado com a política de não restringir opiniões que não sejam explicitamente ofensivas ou ameaçadoras.
No entanto, a empresa enfrenta questionamentos sobre os limites dessa liberdade de expressão, especialmente quando impacta diretamente os direitos de minorias e populações vulneráveis.
Precedentes e contexto histórico
Até 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificava a homossexualidade como um transtorno mental, mas essa visão foi oficialmente alterada para reconhecer a orientação sexual como parte da diversidade humana. A inclusão da identidade trans como “incongruência de gênero” foi removida da categoria de transtornos mentais em 2019.
Dada a evolução desses conceitos e a luta contínua contra o preconceito, a decisão da Meta é vista como um retrocesso que contraria avanços históricos no reconhecimento e respeito aos direitos LGBTQIA+.
Próximos passos
Diversas campanhas e petições já estão em andamento, exigindo que a Meta revise sua política e se comprometa a proteger os usuários LGBTQIA+ de conteúdos discriminatórios. Organizações de direitos humanos prometem continuar pressionando a empresa para que adote medidas mais inclusivas e que respeitem os princípios de igualdade e dignidade.
O debate reacende a discussão sobre o papel das grandes empresas de tecnologia em equilibrar liberdade de expressão e responsabilidade social, especialmente em um cenário global que ainda enfrenta desafios significativos no combate à discriminação.