Hospital Mãe de Deus se mobiliza para ajudar as vítimas da tragédia no RS
Cenário de guerra. Impactante. Solidariedade. União. Essas foram algumas das descrições das cenas vistas nos municípios do Rio Grande do Sul que foram desolados pelas cheias nos rios. Famílias perderam tudo, pessoas perderam as vidas e, agora mais do nunca, a solidariedade é o que deve motivar todos. Cada um pode contribuir da forma que pode e nós, do Hospital Mãe de Deus, estamos nos mobilizando para dar apoio àqueles que mais precisam.
A mobilização começou na última quarta-feira, 6, com a informação de que a escola da Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo, Scalabrinianas em Roca Sales, São José, havia sido atingida pelas cheias. O trabalho já tinha começado por lá pelos moradores locais, e com as imagens e descrição do local, um grupo de colaboradores do Mãe de Deus se uniu para ir até a cidade e ajudar no que fosse preciso.
Os trâmites de conseguir veículo, autorização e escolta da Brigada Militar para chegar até o munícipio e mobilizar as diversas pessoas que ficaram sensibilizadas com a situação foram todos resolvidos na sexta. “Vendo a realidade do que aconteceu, imaginei em como poderia ajudar. Pensei logo em me ir para lá. Cheguei no Hospital sexta e encontrei o Dr. Cícero Baldin e a Joice Pereira com o mesmo pensamento. Partimos daí para resolver as pendências”, conta Irmã Odila, vice-presidente do HMD.
O grupo foi aumentando cada vez mais até a partida, no sábado de manhã. As cenas ao longo do trajeto e por toda a cidade foram difíceis de acreditar. “Ver pelas redes sociais é uma coisa, estar lá e ver aquilo com os próprios olhos impacta”, afirma Joice Pereira, secretária da diretoria. Clarice Fagundes, Coordenadora do Serviço Materno Infantil, complementa “A gente via crateras no chão, um cenário de guerra, coisas que tu não consegue entender como aconteceu”.
Logo na chegada ao Colégio São José, das Irmãs Scalabrinianas, em Roca Sales, ficou evidente que o espaço, embora preservado em sua estrutura, estava coberto de lama, barro e sujeira, principalmente no primeiro andar, na biblioteca, no ginásio e no pátio. O primeiro esforço, antes de qualquer coisa, seria de retirar todo esse material e limpar tudo para depois pensar em outras ações. “Uma cena que não sai da minha cabeça é a quantidade de barro: chegava a ter um metro de profundidade onde ficava o subsolo do prédio. Tanto que uma hora eu pisei em falso e afundei, tive que ser ajudada para sair”, conta Clarice.
A equipe do Mãe de Deus, então, se dividiu: alguns foram auxiliar na retirada desse material de forma mais braçal; outros foram montar e limpar as paredes, o teto, o telhado com equipamentos de lava jato e varrer o chão de todo local. “Nosso esforço se deu de forma para organizar e com o intuito de tirar o máximo de barro e deixar a escola mais limpa aos poucos”, afirma o Dr. Marcos Paulo, líder do serviço de Traumatologia e Ortopedia do HMD.
Ao longo do dia, mais pessoas foram chegando para auxiliar e algo ficou claro para o Dr. Marcos Paulo: a união entre a comunidade. “Lá a gente viu que todos ajudavam da mesma maneira, não importa se eram ricos, pobres, de diferentes religiões ou raça. Empresários, médicos, pedreiros, arquitetos, pintores e pais das crianças unidos para reerguer a escola onde esses pequenos estudam e vão estudar no futuro.”. “Foi um trabalho importante e inicial para poder colocar a história deles e dessa escola no lugar”, complementa Joice.
Essa união também foi vista dentro da equipe do Mãe de Deus. “Uma cena que não sai da minha cabeça é ver o quanto a nossa equipe trabalhou, seja carregando carrinhos pesados com muita lama durante todo o dia ou no rodo, lavando as paredes… Foi um esforço sobrenatural e todo mundo pegou junto”, pontua Clarice. A convergência em torno da cidade também pode ser vista em outro momento: enquanto os trabalhadores estavam focados nos seus serviços a frente, voluntários passavam oferecendo sanduiches, água, café.
A ideia então é, depois de limpa, transformar a escola em um ponto de referência para receber desabrigados e montar, no ginásio, um espaço para atendimento médico, que agora estão concentrados na Paróquia da cidade. “Estamos em contato com o líder médico da cidade para ver o que eles precisam, tanto em questão de materiais, de equipe, de assistência”, pontua o Dr. Cícero Baldin, coordenador da Emergência do HMD.
Este trabalho braçal de tirar toda a lama e barro é inicial; depois, a escola e a cidade precisam se reerguer, se reconstruir, se reinventar. Agora, é preciso voltar para lá com mais gente, seguir a atividade. Juntar o nosso DNA de acolhimento, organização e saúde e levar isso para a população de lá. “Foi bom ter contribuído um pouco. Isso é vida, ser presença, ser força. Só de estar lá, conversar, ajudar, isso faz a diferença”, concluí Irmã Odila.
Por fim, é importante ressaltar o nosso grupo que foi até lá neste momento e deixar o agradecimento a cada um: Camila Pereira Baldin; Cícero de Campos Baldin; Clarice Alves Fagundes; Daiana Barbosa; Daniele Martha; Edgar Antonio; Evaldo Cassoma; Hélio Saul Mileski Júnior; Joice Gewehr Pereira; Luciane Gabriela Koeche; Luís Carlos Steimer; Marcos Paulo de Souza; Odila Roman Ros; Rodrigo Paschoal do Valle; Talitha Peralta.
Via Ascom HMD