Santa Cruz do Sul – O vereador Jair Eich (Progressistas) usou a Tribuna da Câmara para divulgar o projeto de recuperação histórica do Cemitério de Alto Linha Santa Cruz. A iniciativa é escrever um livro e produzir um documentário para retratar a história da localidade, numa iniciativa do casal de pastores aposentados Élio Scheffler e Regene Lamb.
No material serão retratados em fotos e traduções para o português as lápides do cemitério, um dos mais antigos de Santa Cruz do Sul. Para a execução do projeto, está previsto um investimento de R$ 26 mil, sendo que a comunidade evangélica e a Juventude Evangélica de Alto Linha Santa Cruz (Jealisc) estão com uma campanha em andamento para angariar recursos financeiros. A ideia, segundo o vereador Jair Eich, que é natural da comunidade, é fazer o lançamento das obras dentro das comemorações dos 200 anos de imigração alemão no Rio Grande do Sul.
História
O relato apresentador pelo vereador Jair Eich, tem base no material que foi fornecido pela comunidade evagélica. “Em dezembro de 1849 chegou na atual Linha Santa Cruz um grupo de 12 imigrantes alemães, iniciando o processo de colonização do município. Um mês depois, em janeiro de 1850 houve a chegada de um grupo maior, que ocupou as terras das localidades hoje chamadas de Alto Linha Santa Cruz, Linha Travessa e Boa Vista.
Cinco anos depois, em 1855, foi criada a primeira comunidade evangélica e logo construído um templo de madeira, que em 1887 deu lugar à igreja erguida com pedras de areia e mistura de cinza e terra, no lugar do cimento.
Os primeiros imigrantes sepultaram seus mortos nas próprias terras criando, assim, muitos cemitérios familiares (a maioria atualmente em completo abandono). Logo surgiu a ideia de criar um cemitério para a comunidade evangélica e este foi instalado em área anexa à da comunidade, doada por Christoph Bender. Lá passaram a ser sepultadas pessoas evangélicas de diversas localidades próximas e a lápide mais antiga data de 20 de abril de 1874, de uma criança chamada Susana Weber.
Por volta de 1960 já não se sepultava mais ninguém neste lugar e o cemitério ficou sem os devidos cuidados de manutenção. Em 1989, por iniciativa do grupo de jovens Jealisc e apoio de membros da comunidade, iniciou-se o processo de limpeza que inicialmente consistiu em retirar árvores e arbustos.
Depois, ao longo dos anos, houve o trabalho de reerguer lápides, capina, limpeza, colocação de briga na área de circulação e plantio de flores. Também os muros tiveram que ser reerguidos, e uma bela área de acesso foi preparada. Gradualmente, com muito trabalho voluntário realizado em finais de semana e feriados, conseguiu-se chegar numa situação em que o local virou ponto de visitação de turistas, pesquisadores e familiares. Através da lei ordinária 6044/2010 o cemitério passou a ser considerado Patrimônio Histórico de Santa Cruz do Sul. Também faz parte do Roteiro Caminhos da Imigração.
São 107 lápides, das quais 38 de imigrantes alemães. Todas as pedras têm muitas informações esculpidas em alemão gótico e com a ação do tempo podem perder parte da legibilidade”. Assim surgiu a idéia de deixar registrada esta história para sempre através da produção destes materiais.
Como colaborar
As pessoas físicas ou jurídicas que realizarem doações a partir de R$ 1 mil terão seus nomes registrados no livro como apoiadores do projeto. Para ajudar basta entrar em contato com qualquer membro da comissão: Pastores Elio e Regene (51.99121.2002); presidente da Jealisc, Rogério Harz (51.99997.7001); presidente da comunidade, Rosane Niedersberg (51.99995.4151) e o coordenador do projeto, Cláudio Kistenmacher (51.99800.1814).
