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Dinheiro usado para planejar sequestro de Moro veio do tráfico de drogas, aponta investigação

Mensagens trocadas por suspeitos da facção criminosa que planejou o sequestro do senador Sergio Moro (União Brasil-PR) indicam que o dinheiro usado veio do tráfico de drogas. Os investigadores encontraram uma troca de mensagens em áudio que apontam uma cobrança por uma prestação de contas que, se não fosse enviada no tempo certo, “a financeira da Bolívia” que cobraria deles. 

Para a Polícia Federal, essa referência indica que o dinheiro para sequestrar Moro veio do tráfico, de acordo com informações da decisão que autorizou a prisão dos suspeitos de planejar o crime. 

As informações estão no material que veio a público quinta-feira (23) após a juíza Gabriela Hardt, da 9ª Vara Federal de Curitiba, ter retirado o sigilo da decisão que autorizou a operação que, na véspera, terminou com a prisão de nove pessoas envolvidas nos supostos crimes. 

Os investigadores apresentaram uma troca de mensagens entre o suspeito Claudinei Gomes Carias com uma pessoa referida como “Milco” — que não foi identificado pela investigação. Claudinei teria que prestar contas à organização criminosa. O plano custou pelo menos R$ 564 mil. O controle de gastos indica que a operação para o crime envolvia a compra de armas, aluguéis, viagens e carros.

O documento mostra que, em áudio, Milco reclama que Claudinei não mandou a prestação de contas dentro do prazo estabelecido. “Não sei qual que é a dificuldade, o dia inteiro, aí, mano. O bagulho da engrenagem, aí, mano. Nós tá pedindo desde uns dias a parada, não tá dando atenção, Boy”. 

Em seguida, ele fala: “. Depois ele vai trocar umas ideia com os irmãos da financeira, lá da Bolívia, lá, Boy. Não vai ser comigo, não. Entendeu? Maior falta de responsabilidade”.

Investigações

De acordo com as investigações, os suspeitos planejavam homicídios e extorsão mediante sequestro em pelo menos cinco unidades da federação. Os ataques poderiam ocorrer de forma simultânea. 

Para a Polícia Federal, ao menos 10 criminosos se revezavam no monitoramento da família do senador em Curitiba, segundo agentes. 

Os suspeitos alugaram chácaras, casas e até um escritório ao lado de endereços do senador. A família do senador também teria sido monitorada por meses pela facção criminosa, apontam os investigadores. 

Conforme apuração do g1, depois de alerta do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de São Paulo, o senador e a família passaram a contar com escolta da Polícia Militar do Paraná. 

Outro alvo do grupo era Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), de Presidente Prudente, interior de São Paulo, devido às investigações comandadas por ele. 

De acordo com o blog da jornalista Andréia Sadi, um comandante de Polícia Militar também era alvo dos atentados.

Fonte: G1

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