EducaçãoNotíciasPolícia

Ex-secretária de Porto Alegre é presa por suspeita de corrupção na compra de material escolar

Deflagrada na manhã da última terça-feira (23), a Operação Capa Dura realizou a prisão de quatro pessoas. Uma das detidas, conforme apurado por GZH, é Sônia da Rosa, ex-secretária de Educação de Porto Alegre.

A Polícia Civil prendeu temporariamente, durante operação na manhã desta terça-feira (23), quatro pessoas suspeitas de envolvimento em um esquema de corrupção para compra de materiais escolares pela Secretaria Municipal de Educação (Smed) de Porto Alegre. Entre elas, está a ex-titular da pasta, Sônia Rosa. Outros oito servidores foram afastados de suas funções por 180 dias. 

Além da ex-secretária, foram presas Mabel Luiza Leal Vieira e Michelle Bartzen, servidoras públicas que atuavam na Smed quando Sônia era a titular, e Jailson Ferreira da Silva, representante comercial da editora que vendeu os materiais para a pasta. As três servidoras deixaram os cargos em junho de 2023. 

Foram cumpridos 36 mandados de busca e apreensão no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Maranhão. Dez veículos e sete imóveis foram indisponibilizados pela Justiça. 

Além das prisões, oito servidores tiveram a suspensão do exercício da função pública decretada por 180 dias, bem como 11 empresas e dois empresários tiveram a suspensão do exercício das atividades econômicas ou financeiras decretada, incluindo a proibição de contratação com o poder público. 

Em junho de 2023, reportagens do Grupo de Investigação (GDI) da RBS revelaram que materiais didáticos estavam estocados em um depósito da secretaria e também em escolas. Chromebooks e milhares de livros estavam mal-acondicionados e sem uso. A aquisição teria sido com suposto direcionamento para o mesmo grupo econômico e o custo chegava a quase R$ 100 milhões

De acordo com a 1ª Delegacia de Polícia de Combate à Corrupção (DPCC) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), a suspeita é de fraudes licitatóriasassociação criminosa e lavagem de dinheiro

A polícia explicou que as prisões temporárias são válidas por 5 dias, podendo ser prorrogadas, e servem para que as investigações sejam aprofundadas. Os quatro presos devem ser interrogados e, depois, encaminhados para uma casa prisional.

QUEM É SONIA DA ROSA

Antes de assumir o cargo na capital, Sônia foi secretária municipal em Canoas. Natural de Porto Alegre, é formada em Pedagogia, mestre e doutora em Educação.

Professora há mais de 30 anos, atuou também como diretora no Departamento Pedagógico da Secretaria da Educação do Rio Grande do Sul e como coordenadora regional de Educação na 27ª CRE da Secretaria da Educação do Rio Grande do Sul.

Sônia acumula experiência também como Diretora Pedagógica da SEDUC/RS RS e como Coordenadora Estadual de Currículo do Programa Federal PróBNCC/MEC.

A ex-secretária deixou o cargo em junho de 2023, durante investigação sobre compras de livros com suposto benefício para um mesmo grupo econômico. Além, disto, também é investigado o acúmulo de materiais escolares em galpões, sob péssimas condições de conservação.

O inquérito apura suspeitas de fraudes em licitações e associação criminosa. Ao todo, a prefeitura de Porto Alegre comprou 544 mil livros ao custo de R$ 34 milhões.

Por lei, as prisões temporárias tem duração de cinco dias. Neste período, a ex-secretária deve ser interrogada e encaminhada ao sistema prisional.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo