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Duplicação da RSC 287 |
Audiência Pública na Câmara aumenta a pressão por atender anseios da comunidade

Santa Cruz do Sul – A audiência pública da Frente Parlamentar de Acompanhamento da Duplicação da RSC 287 subiu o tom contra a empresa Sacyr e o Governo do Estado. O Plenário vereador Nilton Garibaldi recebeu os moradores do entorno da rodovia, que buscam ser contemplados com obras de acesso, em especial na região de Pinheiral, Linha Áustria, Seival, entre outros locais. 

A ausência dos debates de um representante do Governo do Estado elevou o tom das críticas para a Sacyr, que garantiu que o projeto ainda poderá contemplar alterações, atualmente se encontra na fase de licenciamento ambiental.  A Frente Parlamentar da Câmara de Santa Cruz do Sul deve elaborar um documento com os pedidos dos moradores a ser entregue para a Sacyr e ao Governo do Estado. 

O presidente da Frente Parlamentar de Acompanhamento da Duplicação da RSC 287, vereador Rodrigo Rabuske, traçou uma linha histórica a respeito da dificuldade da comunidade em ser ouvida pelo Governo do Estado e da Sacyr para atender os anseios em relação à duplicação.  “O projeto original não contempla Santa cruz do Sul e precisamos trazer à tona uma rotatória em Linha Pinheiral, em Linha Seival e na Linha Áustria. Também precisamos ver a questão social das pessoas que moram nas curvas de Pinheiral”, salienta Rabuske. O promotor sugeriu uma reunião colaborativa entre Câmara de Vereadores, Executivo, Ministério Público e Governo do Estado. 

A duplicação da RSC-287 está sendo muito esperada pela população de Santa Cruz do Sul e por toda a região central do estado. A via é um meio essencial para alavancar o processo de crescimento e desenvolvimento de várias regiões do Rio Grande do Sul e, de maneira especial, de Santa Cruz do Sul. Esta obra trará novos investimentos e incrementos na economia, garantindo o transporte e escoamento da produção, além de proporcionar maior segurança aos que nela trafegam.

A iniciativa da criação da Frente Parlamentar para acompanhar as obras se justifica devido à confirmação da Rota de Santa Maria, atual concessionária responsável pela administração da rodovia e executora do projeto de duplicação, do início da duplicação em junho de 2023.

Existe a necessidade de implantação de um maior número de retornos, rótulas e passarelas, ou até mesmo a implantação de vias marginais à RSC-287, a fim de que sejam observados os acessos necessários para manutenção do intenso trânsito inter-regional existente às margens da RSC-287 no trecho de Santa Cruz do Sul. Caso não sejam observados os fatores sociais e de mobilidade nas vias vicinais à rodovia a obra pode prejudicar uma série localidades e moradores da região.

Ao final da reunião, o diretor geral da Sacyr, Leandro Conterato, disse que a concessionária é uma facilitadora. “Estamos ouvindo todas as demandas. É um casamento de 30 anos e a concessão só dá certa se os usuários forem atendidos”, ressaltou. O diretor destacou que entende a apreensão da comunidade, mas que isso é parte do processo. “Uma obra deste vulto é bem delicado. Se gasta muito tempo fazendo sondagens e pesquisas. O primeiro projeto é conceitual que coloca no papel essas melhorias para depois se atender as demandas da comunidade”. 

Mais manifestações

Diretor geral da Sacyr – Leandro Conterato 

Acompanhou o projeto desde antes da licitação, a fase da mobilização, sempre esteve envolvido.  Em relação à regularização de acessos, ele garantiu que não serão fechados os mesmos, a não ser os que ofereçam perigo. Ele salientou que existe a obrigação de regularizar os acessos, existe uma explicação do processo do que o morador precisa fazer. A equipe está à disposição em relação ás dúvidas. São mais de 2400 acessos irregulares. Em relação ás obras e melhorias realizadas, apresentou a instalação de painéis de aviso, sistema de analisadores de tráfego (em 21 pontos), câmeras de vigilância (250); radares e lombadas eletrônicas – sete radares e duas lombadas. Ainda estão previstas a instalação de duas balanças até agosto do ano que vem. Em relação à duplicação, apresentou que ela será realizada ao lado da existente, em alguns locais à direita e, em outras, à esquerda. Ele explicou que as solicitações das comunidades serão analisadas a partir do licenciamento ambiental. 

Ricardo Pereira da Silva, Diretor de Qualidade dos Serviços da AGERGS

Função da Agergs é fazer o controle em relação ao valor da tarifa dos pedágios. As demandas devem ser canalizadas para a Secretaria dos transportes e a partir do projeto será coordenado pela Selt. 

Everton Oltramari, Secretário Municipal de Governança e Planejamento 

Prefeitura mantém canal aberto com a comunidade, em especial com o Codepin. Deu apoio para a elaboração de um projeto para a construção de um viaduto entre Linha Áustria e a Travessa Dona Leopoldina. Projeto já encaminhado ao Governo do Estado, agora em fase de estudos técnicos. No acesso a Rio Pardinho e Sinimbu e a confluência da BR 471, também acompanha os projetos apresentados.

Erico Fernando Barin – promotor do Ministério Público

Obra extremamente complexa. É preciso levar em conta as demandas e o fluxo de trânsito. Todas as demandas dificilmente serão atendidas. Mas precisamos saber como será este fluxo e como vão ser atendidas as demandas.

Marcelo Moraes – deputado Federal

Miniminar os impactos da obra para as comunidades. Na fala da Sacyr, a fala que interessou não agradou. Comunidade tem reivindicações simples: estamos reivindicando um retorno próximo à comunidade; é inadimissível que não tenha retorno após o Seival, obrigado a pagar pedágio. No trecho urbano ter no máximo cinco travessias. Audência do Governo do Estado desta reunião, o que faz com que perca sua utilidade. Aumentar a pressão para cima do Governo do Estado.

Kelly Moraes – deputada Estadual

Governo do Estado e a Sacyr estão mexendo com a vida das pessoas. Estamos participando de vários debates e ações, mas o Governo do Estado está falhando, não dando a devida atenção. Sacyr nos diga se há tempo para qualquer alteração. 

Elton Weber – deputado Estadual

Discussão fica prejudicada pela ausência do Governo do Estado, o poder concedente. Perdemos a conta de quantas vezes fizemos de como vai ficar o final da duplicação. Como vai ficar o agricultor que tem área dos dois lados? Vai ter um passa gado? Isso não está no projeto. Outro debate que precisa ser feito muitos de nossos pais doaram área de terras para fazer esta rodovia e isso precisa ser levado em conta também. 

Vilmar de Oliveira, Tesoureiro do COREDE/VRP

O Corede sugere a criação de um conselho regional para acompanhar e discutir a duplicação.

Sergio Luís Reis, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar

Quem tem área de terras dos dois lados, vai ter acesso via trator; estradas secundárias como vão ficar os retornos?

César Cechinatto, presidente da ACI

Prioridade há cinco anos aos candidatos a governador da concessão para a RSC 287. A ACI se envolveu e esteve na Bolsa de Valores quanto da aprovação da concessão. Temos um dos quatro maiores grupos do mundo na rodovia. Agora é hora de fazer os ajustes no contrato, que deve ser feito pelo Governo do Estado. Região do Pinheiral/Linha Santa Cruz e Linha João Alves é a que mais vai crescer em termos de população e economia e precisa de uma atenção especial do Poder Público. 

Mathias Bertram – presidente do Codepin

RSC 287 eu conheço há 37 anos e hoje o Codepin tem uma importância muito grande no processo. Precisamos das entidades junto para que possamos alterar algo dentro do contrato, que não nos contempla. Perdemos pessoas na comunidade pela falta da duplicação. A própria duplicação vai aumentar o fluxo. A comunidade pode não se desenvolver se não houver uma atenção agora.  Defendemos a população mas precisamos de intervenções que auxiliem o desenvolvimento da comunidade. Não queremos partir para a ignorância, queremos diálogo, mas com soluções. 

Raul Fritsch – vereador

Precisa-se saber os detalhes do projeto para que seja adequado às necessoidades da comunidade. O projeto do trevo do Rio Pardinho precisa ser apresentado para que possamos defender o que seja melhor para toda o entorno.

Gerson Trevisan, vereador

Ele pediu que as medidas compensatórias por questão ambiental sejam investidas na região, com a ampliação do Cinturão Verde e parque da Gruta. Sugeriu, ainda que a Câmara elabore um documento a ser entregue tanto à Sacyr como ao Governo do Estado com os anseios dos moradores. Também pediu que o Legislativo estabeleça um canal aberto com a comunidade. 

Nicole Weber, vereadora

Cobrou a participação do Estado na audiência pública e a mobilização regional, como representantes dos municípios  de Sinimbu e Venâncio Aires. Estamos sendo prejudicados , impactando a vida das pessoas em algumas localidades. A audiência pública foi uma perda de tempo, pois não se ouviu o que precisa. Mas algo precisa acontecer para os usuários não percam  suas vidas e o seu tempo.

Leonel Garibaldi, vereador

Preciso que a obra se adapta à vida das pessoas e não o contrário. 

Moradores e usuários

Osmar Schneider

Quer uma solução para os problemas. Alguém fez o projeto em cima da perna. Situação desconfortável. Vai ter casos em que o produtor vai ter que fazer uma volta de cinco quilômetros para ir na sua propriedade do outro lado. Seja revisto o projeto que foi apresentado, pois vai trazer muito transtorno.

Sirlei Rodrigues

Não é justo que venha uma rodovia para tirar do lugar que a gente amo. Mora das curvas de Pinheiral, e já presenciou muitos acidentes ali. Primeiro melhorar a rodovia para depois pensar em duplicação. 

Nestor Kirst

Desde o início do projeto, não se tem conhecimento das rotatórias. 

Sandra Wagner, vereadora de Venâncio Aires

Semana passada esteve em Porto Alegre numa reunião na Agergs, onde tomaram conhecimento que haverá um Conselho de Usuários. Dialogar diretamente com a Sacyr, com o Governo do Estado. Questionamentos: Vemâncio Aires se preocupa com o pedágio, como vai ser este trânsito? Quanto ao acesso lateral, quem vai arcar com os custos? Os moradores à esquerda em Mariante indo a Porto Alegre, sofrem com a enchente, a duplicação vai aumentar o problema? Existem pontes secas no projeto?

João Werberich

Como vai ficar o acesso à Seival? A 287 cortou a estrada e a duplicação vai terminar com o resto de uma estrada que tem mais de 90 anos. Preocupado com a fala do pessoal da Sacyr, pois acha que se retrocedeu, mas deu uma luz ao dizer que ainda há tempo para algo. 

Carlos Waechter

Como vai funcionar para as pessoas fazerem o retorno na RSC 287.

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