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Problemas de energia elétrica no interior são debatidos na Câmara

Santa Cruz do Sul – Uma reunião especial na Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul marcou o debate a respeito da temática dos problemas no fornecimento de energia elétrica no interior do município. O encontro foi proposto pelo vereador Leonel Garibaldi (Novo) e trouxe problemas ocorridos nas localidades de Alto Paredão e de Linha Travessa. 

A reunião foi conduzida pelo presidente Gerson Trevisan (PSDB), tendo como presentes a representante da Associação Pró-Desenvolvimento do Alto Paredão, Celoi dos Santos; Eduardo Döring, gerente Regional da empresa RGE.

Garibaldi destacou que a ausência de abastecimento de energia elétrica no interior do município não é nenhuma surpresa. “Nós, enquanto representantes da comunidade, sempre estamos à disposição para intermediar os pedidos. O atendimento da RGE ficou mais precarizado por conta dos eventos climáticos. Porém é de bastante tempo que a população do interior tem sofrido com a falta de luz”, observou. 

Ele citou que muitas pessoas se utilizam de geradores para suprir a falta de energia elétrica, com altos custos. “Em Alto Paredão foram 12 dias sem luz e em um dos casos houve um custo de R$ 16 mil com custo de combustível. Já na Travessa Bohnen o período foi maior: 32 dias sem energia. Proposta de ter mais alternativas de abastecimento no Alto Paredão, linha vindo de Boqueirão do Leão”, citou. 

A presidente da Aprodap, Celoí dos Santos, fez um resgate histórico da instalação da rede elétrica em Alto Paredão e ressaltou que o interior vem sofrendo muito por causa da precariedade das redes de energia elétrica. “Transformadores instalados em 1979, quando da instalação da linha de luz, deram conta de uma realidade que já não é mais a mesma, e hoje triplicou. Viemos implorar melhoria nas nossas redes”, observou. Ela se queixou do atendimento demorado, com a Central em Porto Alegre. 

Além de viaturas da RGE que passam e ficam aguardando a segunda ordem de trabalho, que demora mais de meia hora. “Ficamos muito tempo sem energia, entendemos que houve, a catástrofe climática, mas não é de agora que existe a demora neste atendimento e queremos um olhar diferenciado. Que se tenha mais agilidade no atendimento e que melhore a qualidade da prestação de serviços”, disse. Outro pedido é para que haja novamente a entrega das contas de energia na localidade. 

Defesa

O gerente Regional da empresa RGE, Eduardo Döring, detalhou os investimentos que a empresa vem fazendo em Santa Cruz do Sul e explicou que existem situações mais rápidas e outras que demoram mais. Döring comentou que em Santa Cruz do Sul existe uma agência de atendimento presencial, enquanto que em outros municípios existem lojas credenciadas. 

Ele ainda destacou que a empresa pretende investir mais de R$ 9,3 bilhões no Estado, em rede, entre 2024 a 2028. “Se tem alguma coisa que não falta na empresa é investimento. A melhoria na rede está sendo feita, e vocês percebem isso através da circulação de caminhões, e o trabalho de mudanças nas redes, que passavam no meio do mato e estão sendo trazidos para a beira da estrada”. 

Em Santa Cruz foram investidos R$ 43 milhões nos últimos três anos, em especial com a troca de postes para os de concreto – hoje 84% são de concreto. “No interior ainda temos mais postes para trocar no interior do município e serão contemplados nos próximos anos. A duração da falta de energia caiu de 18h por ano para os consumidores para uma média de 8h. Já a freqüência de falta de energia reduziu de 8 para quatro interrupções”, explica.

Döring explicou que o principal problema enfrentado em relação à falta de energia é a vegetação. “Não adianta a empresa substituir todos os postes de luz, se não reduzir a quantidade de vegetação debaixo ou próximo à rede. Precisamos fazer uma campanha para eliminar esta vegetação. Se não fizermos isso, daqui a pouco tempo vamos estar sentado aqui sobre o mesmo tema. Já trouxe isso no Carnaval do ano passado, quando teve um temporal e ficamos com 30 mil clientes com energia”, disse. 

O gerente explicou que este ano teve dois eventos climáticos este ano. Um em 16 de janeiro deste ano em que houve 714 mil clientes atingidos. “Um temporal desta magnitude, equivale a cinco temporais de grande proporção”. 

Döring explicou que a região de Alto Paredão ficou tanto tempo sem energia por causa da enchente que devastou Sinimbu. “A energia de Alto Paredão vem de Sinimbu e nós trabalhamos com 150 pessoas por cinco dias diuturnamente para restabelecer cinco quilômetros de rede. Primeiro, trabalhamos por duas semanas desligando as redes. Também teve problemas de desmoronamento”, observou. Em relação à Travessa Bohnen, segundo Döring, houve problema de acesso e quando deram acesso, no outro dia a RGE colocou os caminhões lá. 

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