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Comunidade Terapêutica Recomeçar apresenta suas dificuldades na Tribuna Popular

Santa Cruz do Sul – A situação da Comunidade Terapêutica Recomeçar foi apresentada pelo representante da entidade na Tribuna Popular desta segunda-feira, dia 3, na Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul. Antônio Weber, que representou a presidente Fávia Regina Schaeffer, destacou que atualmente 15 pessoas estão em tratamento na entidade por alcoolemia e dependência química. 

“Atuei por 14 anos na Utravarp e mais 13 anos na Comunidade Terapêutica Recomeçar, como psicólogo e na presidência. Estamos com muitas dificuldades”, observou Weber. Ele disse que a entidade tem objetivo auxiliar dependentes químicos, alcoolistas e seus familiares a superarem a dependência.

“Uma das maiores dificuldades que a entidade passou foi em 2009, quando teve que se readaptar, não podendo mais atuar como Utravarp – Unidade de tratamento de alcolismo do Vale do Rio Pardo, adequando-se a uma nova legislação, como uma comunidade terapêutica. As adequações, então, não foram tão expressivas como se tivesse que se transformar em clínica ou hospital. Na ocasião houve um aporte do Poder público no valor de R$ 150 mil para fazer as adequações e continuar atendendo homens, mulheres e adolescentes alcoolistas e dependentes químicos”, citou. 

Weber citou que atualmente a comunidade não atende mais adolescentes, nem as mulheres, pois houve uma exigência por parte do Ministério Público que se contratasse monitoras mulheres para tratar com este público. “O custo, porém é três vezes maior do que se recebia com a internação das mulheres. Então se cancelou este tipo de atendimento, embora o espaço esteja disponível”, observou.

O representante da Recomeçar lembrou que na época da Utravarp, o tempo de permanência era de 35 dias em média (cinco a sete dias de desintoxicação e o restante, 28 dias, de programa). Com a mudança, a Comunidade Terapêutica Recomeçar passou a atender a pessoa por três meses. “E sempre se teve a parceria com o município. Atualmente, estamos com poucos pacientes encaminhados pelo CapsAD, pois somos considerados uma clínica particular e não temos convênio com o SUS e, por isso, recebemos o encaminhamento de poucos pacientes.” 

No entanto, ele ressaltou que quando a procura é muito grande no CapsAD, são destinadas internações para a Recomeçar. “Mas se o convênio permite 23 internações mensais, no mês passado só com um paciente. Para os custos da Comunidade isso é insuficiente e não cobre nossos custos. Este mês só temos recursos para pagar apenas a metade dos salários dos funcionários, além dos outros custos que a gente tem”.

Situação complicada

A situação financeira está complicada para se dar continuidade na atividade, segundo Antonio Weber. “Estamos coletando doações em supermercados, como fizemos no sábado passado, ou se valendo de ações solidárias através de pedágios”, justifica.

Weber ressalta que muitas pessoas consideram a Comunidade Terapêutica Recomeçar como uma das mais completas do Estado: pela estrutura oferecida; pela equipe completa e multidisciplinar, com monitores, assistente social, psicólogo, enfermeira, técnica de enfermagem, servente, entre outros profissionais. “Uma equipe completa que não precisaria ter pela legislação, mas não se consegue ver sem esta equipe completa”. Outro fator, segundo ele, é o plano de recuperação dos dependentes, que recentemente foi apresentado para a equipe do CAPS AD e da Saúde Mental, que se surpreendeu com a qualidade deste novo programa. 

Atualmente a clínica tem 15 pacientes internados, sendo que temos uma capacidade de 50 a 60 internados. “Assim, solicitamos a ajuda da comunidade e do Poder Público para deixar que morra a Comunidade Terapêutica Recomeçar. Acolhemos sugestões da comunidade, bem como um aporte par auxiliar na implantação da internação involuntária para seguir nosso trabalho, o que pode ser uma alternativa para nossos graves problemas financeiros”, finalizou.

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